quinta-feira, 4 de junho de 2009

salvo engano

Eu sei que não amo. Que não daria certo e brigaríamos até pelo sabonete.
Saiba que não fui eu que sumi com ele da última vez.
Mas até aí, como diz todo aquele que guarda o orgulho do fim, digo que são mesmo águas passadas
Como estou?
Perco meu tempo vendo cor nas moças tão sem graça. Sem sua graça.
Mas te digo que faço mais sucesso que Alain Delon.
São tantas travessas, cruzamentos e desencontros. Um buraco sem fim.
Te falo com gosto que vivo experimentando o mundo.
Sua tatuagem está salva em meus documentos.
E copio e colo ela todos os dias nos meus pensamentos.
Confesso pra você que eu gostava mais das suas costas lisas.
Foi pior assim. Eu ando tão perdido desde então.
Na minha confissão apalavrada, solto em alta voz que a felicidade me abraçou.
Você me olhar incrédula não me traz nem a comoção das suas revistas de romance de segunda linha.
Eu tenho motivos mil para continuar nessa vida só.
Eram seus olhos dissimulados, sua dança de cigana e sua voz oblíqua.
O sorriso de Holly, a sedução de Lorelei , a condição de Séverine.
Guardo a sensação eterna de tudo isso estar sempre do outro lado da rua.
Pois é. O acaso me traiu. Fingiu. Me engoliu.
Desde então, necessito de mentiras para acordar todos os dias.
Para te dizer que esqueci.
Mesmo sendo meu único amor.