quinta-feira, 30 de outubro de 2008

poesia

Poesia se faz de tristeza.

Se faz na loucura.

E faz o poeta.

Se fazem os versos.

E faz o sentido.

E daí faz motivo.

Abraçado ao violão.

Ou num banco de praça.

Jogado com certeza.

Escrito sem pretenção.

Não precisa nem acabar.

Poesia boa tem rancor.

É bela de olhares.

Sutil de amores.

Precisa de forma e folha?

Existe só de pensar.

Parece coração sem fundo.

Que cuida da alma enquanto me perco.

Vejo a poesia como um beijo.

Cativo idéias e meus traços.

É nesse sentido que tudo se cria.

Num poesia que nada diz.

É dito apenas poesia.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

redescobrir

A cidade ecoa saudade.
As vozes que escuto não têm o seu jeito.
Nas mãos, nada da sua delicadeza.
Ainda é cedo pra dizer.
Ainda é nova essa saudade.
Que foi durante tanto tempo vontade.
Cheio de esperança.
Espera que pulsa o seu nome.
Ontem foi lindo.
Sem vontade de ser lindo.
Simples foi.
E o desuso do amor na minha vida se desfez.
Como tirar um velho palitó do armário.
Parece que ele nunca me caiu tão bem.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Te amo? Não lembro...

Nada mais me lembra você.
Desgarrar do travesseiro agora é só a hora de acordar.
O dia não se anuveia em céu pelado por lembrar das nossas.
Minhas loucuras das noites vagantes não são mais espera em te encontrar.
E cada sorriso que recolho, em nenhum mais vejo sua boca.
Já leio poesias e ouço canções que mostram outro sentido.
Vivenciar as coisas sem devidas emoções.
Há graças que só nisso eu percebi.
Agora dou chance a todas elas.
Aberto coração que agora é lançado no espaço.
Alinho minhas notas e faço meus versos.
E nada de rememorar de onde vinha minha inspiração.
Dor já não sei por onde vai. E de onde veio.
E o balouço das minhas diretrizes parece tão preciso.
Meus sábados estão bem, obrigado.
São vivos, não faço idéia de como eram seus gestos.
Aliás, um absurdo pensar que tardes e tardes caminhando com você era sinônimo de felicidade.
Trocando em míudos, já não tenho certeza se fui feliz.
Pois é cantante a vida agora.
E a melancolia já não beira o infinito de quando você se foi.
Sem dizer laços nem abraços.
Posso até rir como um insólito insensível insensato.
Não é desdém.
É que simplesmente você se foi um dia.
E num dia chegaria o esquecimento.
Sempre haverá um dia.
Mesmo que haja o dia de rabiscar tudo isso numa folha.
Já sabendo que nada mais me lembra você.
Prometo que lembrei só para escrever.