quarta-feira, 12 de março de 2008

invisível

Incríveis se tornaram as vezes que nos encontramos. Tão corriqueiras como as chuvas de granizos. Minguadas e quase que arrebatadoras.
Já faz algum tempo, éramos principiantes. Hoje, ao menos no papel, somos entendidos.
Soa exatamente como da primeira vez. A imagem bem compassada diante dos meus olhos, o sorriso que pára antes de entrar nos meus lábios e uma sensação de “é ali que eu queria estar”. Entenderam agora o porquê de serem incríveis. É como se ela entendesse tudo, mas todo entendimento não se revelasse em ações. Cada gesto, desde o primeiro instante, se mostrava eterno naquela fração de encontro. Chega a beirar o inexplicável, mesmo que seja tão expressivo somente quando acontece. Quando nos encontramos. Um botão de liga e desliga? Talvez nunca entenda.
O curioso é que tanto já se passou e nunca deixei isso maior. Fui a lugares que importavam muito menos, mas ali, no mais singelo, desconheci. Congelei no primeiro instante. E fiz desse instante todos os outros. Se eu fugisse da primeira impressão, tudo poderia desaparecer. Até soube mais, explorei tudo de um modo natural. Parecia até que éramos amigos. Soube dos gostos e dos casos. Casados com os meus, como bem sempre.
A última vez foi como todas. Mas no fim da noite, desfolhou um quê de diferença.
Tudo dito nas linhas acima é fruto duma percepção tardia. Ou precisa. Não colho lamento dessa história. Até agora ela nem tinha existia. Existiu quando percebi. Quando o sentido era perceber. Não existe mais razão para sair da primeira impressão. Ela me cativou de tal forma que mal me dei conta. Na minha memória, trará conforto como coisas tão vividas quanto isso não foi.
Eternamente responsável por aquilo que cativas. Puro clichê.
Até nisso combinávamos.

Um comentário:

Carol Godoy disse...

Você terminou com um clichê e eu começo com outro: Antes tarde do que nunca, ufa!! =) As coisas devem ser ditas em seu devido tempo (mesmo acreditando que pudessem ter sido ditas um pouco antes, rs). Um encanto é como descrevo tudo... Ou "nada", como assim fizemos ser (se é que você me entende). Te peço: fica na primeira impressão sempre... Vai ser mais bonito!!