terça-feira, 24 de junho de 2008
sete dias
Que de certo não sei até onde ir.
Tenho certeza que quase sei o que posso.
É que depois dela as coisas se tornaram diferentes.
Lembro ainda da primeira semana.
De conhecer o tom da voz e saber sobre o animal de estimação.
É na graça que houve.
No riso ali do seu sorriso.
Agora me encontrava.
Ali.
Todas as boas coisas que descobri pela vida.
Agora se mostram normais.
A sorte era só uma.
Tanta coisa contida por esses instantes.
A vontade de saber muito mais. De vasculhar escura caverna.
Parece que sei tão pouco e já o pouco, por eternidade, bastaria.
Por oras, entendo que deve haver muito mais do que o que ela compartilha comigo.
Até onde vão os seus limites.
Os últimos pensamentos do dia?
Aqueles que até mesmo ela se esquece.
As várias estradas das suas idéias.
E bem ali seria morada.
Difícil explicação, sei.
Se ela fosse aqui, reescrever meus erros seria coisa simples.
Perto de você, o ontem deseja o amanhã.
E o agora agoniza para não ir embora.
A saudade se torna coisa de até antes de nos conhecermos.
Tudo estava na primeira semana.
O mundo era ali.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
fio de instante
Por segundos. Em horas. Cabe os milênios.
No tempo que era passado. Em instantes, futuro.
Mas sempre se encontra agora.
Melhor seria ontem ou amanhã.
Foge da vista, parece que não chega.
Contudo, de tão veloz que não vemos passar.
Estranha contradição.
Falamos do futurismo e dos antiquados.
É simples relação desse senhor das separações.
O tempo.
Aos seguimentos que vazariam do papel.
Eras, anos e frações de segundo.
É tudo do tempo.
Tento até em brincadeira.
Será que houve um ínfimo segundo que escapou do tempo?
Em que ele se perdeu?
É egoísta por muitos.
Escolhe os prediletos. Por presentear em surpresa hora.
Chamamos de sorte.
A precisão que nos falta é concedida ao tempo.
O tempo que nos parece sempre um tanto retardado.
E em vezes de apressado demais.
A exatidão nele é nossa constante preocupação.
Atribuem ao tempo resolver. Dizem que é de apaziguar.
Até mesmo que não falha na justiça. Tarda.
É tão belo assim?
E eu que pensava que só era dono do relógio.
Por tantas vezes, afaga com uma mão e logo ali, recolhe a alegria com a outra.
Num mestre, coube o dito da eternidade ao invés da modernidade.
É se colocar na altura do tempo.
Desafiar não se perder no meio do gigante. Perpetuar.
Cabe aqui o desejo do mestre.
Onde o tempo vai ficar. Mas também chegará.
Sem notar nem ser notado.
Vou tentar ali estar, do lado dele.
Por dúvida, vigiando esse senhor pra que seja bondoso comigo.
Desperdiçá-lo soaria como insulto.