segunda-feira, 16 de junho de 2008

fio de instante

Por segundos. Em horas. Cabe os milênios.

No tempo que era passado. Em instantes, futuro.

Mas sempre se encontra agora.

Melhor seria ontem ou amanhã.

Foge da vista, parece que não chega.

Contudo, de tão veloz que não vemos passar.

Estranha contradição.

Falamos do futurismo e dos antiquados.

É simples relação desse senhor das separações.

O tempo.

Aos seguimentos que vazariam do papel.

Eras, anos e frações de segundo.

É tudo do tempo.

Tento até em brincadeira.

Será que houve um ínfimo segundo que escapou do tempo?

Em que ele se perdeu?

É egoísta por muitos.

Escolhe os prediletos. Por presentear em surpresa hora.

Chamamos de sorte.

A precisão que nos falta é concedida ao tempo.

O tempo que nos parece sempre um tanto retardado.

E em vezes de apressado demais.

A exatidão nele é nossa constante preocupação.

Atribuem ao tempo resolver. Dizem que é de apaziguar.

Até mesmo que não falha na justiça. Tarda.

É tão belo assim?

E eu que pensava que só era dono do relógio.

Por tantas vezes, afaga com uma mão e logo ali, recolhe a alegria com a outra.

Num mestre, coube o dito da eternidade ao invés da modernidade.

É se colocar na altura do tempo.

Desafiar não se perder no meio do gigante. Perpetuar.

Cabe aqui o desejo do mestre.

Onde o tempo vai ficar. Mas também chegará.

Sem notar nem ser notado.

Vou tentar ali estar, do lado dele.

Por dúvida, vigiando esse senhor pra que seja bondoso comigo.

Desperdiçá-lo soaria como insulto.



3 comentários:

Carol Godoy disse...

Mais fácil talvez não se preocupar. O tempo passa do jeito que ele bem entende: genioso!

Iuri disse...

muito bom cara..por isso vc demora pra postar..pq seus textos sempre me supreendem
parabens

outrosonhos disse...

"Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver"