segunda-feira, 19 de maio de 2008

reflexos

Ao que escrevo?
Pois vivo em poucos dias.
Existo em quase todos.
Ser exato, buscar as fantasias.
Me enrolo em um cobertor de dúvidas.
E jogo os lençóis das decisões para o alto.
As minhas poesias existem na humildade.
Por meus contos, as complexidades.
Vago no seu coração. Em suas lamúrias.
Nas verdades que nos separam.
Me banho em idéias.
Inspiração que vem de todas as coisas.
Em nada um descarte.
Pretensão de tirar de você tudo que posso.
No ponto de você me olhar e ali estar contidas tantas palavras.
Que na sensibilidade, me obrigo a escolher as certas e presentear uma folha.
Inclino meu peito aos céus e troco as letras de lugar.
Coloco meus olhos nas cinzas e vejo reinos inteiros de descobertas em prosas.
Quero talvez criar o meu mundo.
Envolto de azul, sem parágrafos ou vírgulas.
Aos tantos mestres que cativam. Clareiam e escurecem.
São minha noite e meu dia.
Na intensa busca pelos meus próprios sentidos.
Quero um despertar iminente.
Onde eu possa acordar e encontrar palavras.
E essas regarão sonhos.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

a língua das mulheres

Entrelinhas.
Espaços grandiosos.
De dizeres azul falando em vermelho.
Das mulheres. Por minhas mulheres.
Antagonizam com minhas idéias. Precisão em confundir.
Se palavras por elas vão em diagonal, como procuro em firmamento?
Estarão aos anjos. Calarão as estrelas.
Mas me encontro em procura.
Por poesia, explicado.
Em vivência, um percalço.
Ventura daqueles que o sabem.
Do entender das mulheres.
As juntas mãos não me dizem.
O coração palpita sereno e resposta não espelha.
As horas em encontro são revestidas de incertezas.
O sentimento é diletante. Verdade instiste em não haver.
Vou de contracorrente, sei.
Ao pensamento que me envolve todos os dias.
Que outrora achado que compreenderia.
É assim mesmo.
Calculo em versos e acho em sentidos vagos.
As idéias compassadas.
Ao ponto de não ter.
Tendo todos os dias.
Como prosa de felicidade.
Explico-me aí.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Feche seus olhos

Aos cruzamentos é possível razão.
Vidas que se cortam.
Cruzes da vida que carregamos.
Ou vezes rotas de sorte em encontro.
Aos tantos esbarros de todos os dias.
As tantas promessas que não concretizam.
Aí você.
Descola-se da normalidade dos encantos que se vão.
É assim pela pungência anunciada para amanhã.
Até vejo onde parar. Me vejo num par.
Vejo mais perto, com medo.
Do jeito que faço ter gosto.
Em ponto das coincidências.
Perco-me na sonoridade. Nos seus papos. E rio do seu sarro.
Vira a mesa dos meus sentidos. É pisar nas estreitas ruas.
É bailar em escura noite.
Perco a hora desde então.
Confundo com minhas palavras e esclareço nas suas.
Numa esquina, na menos exata. A mais bonita.
E menos provável.
A esquina que desenho como sorte.
Cruzada está. Ficando vou.
Amarei?
O corte de cabelo e a banda favorita bastaria.
Mas é ponte muito além.
Que pareço seguir vendado.
Irei?
Um passo e um pensamento.
Talvez no final dela, desvendados os meus segredos.