sexta-feira, 14 de novembro de 2008

chave

Faz tanto tempo que não somos nem amigos.
Meus caminhos diferentes não são vistos mais nos seus.
Talvez até vivam os mesmos sentimentos.
Mas do que valem os sentimentos sem resoluções?
Meu prazer num prêmio ou numa xícara de café é nada pra você.
Em você só cabem os ouros e os louros.
Vale se gostar?
Não nos falamos.
Sem abraços.
Cadê o bom dia?
As lágrimas...
Você estranha.
E parece que tudo se foi numa única tarde.
Irritante é não esvaziar o seu espaço por aqui.
Limpa a casa, vai.
Vai embora.
Até seus lençóis já viraram panos de chão.
Amores eu tenho.
Vida que me alça num simples compasso.
Sem baques. Sem sustos.
Você e ele são bonitos juntos.
Um belo par.
E meu coração assobia inconsequente quando falo de você.
Inconsciente.
Parece até que ser feliz deixou de ser prioridade.
Prioridade é limpar a casa.
Se me devolver a chave.
Daí me restará ser feliz.

2 comentários:

outrosonhos disse...

Eita Dadinho.!

me parece que a moça [que não existe, óbvioooo (6)] já jogou a chave pra vc faz muito tempo, ela deve estar aí debaixo da poeira. e ele (q não é vc, claáááááro) fica esperando que ela dê o q não tem mais.

Quem esvazia a casa é o dono,
ninguém fica aqui dentro, a menos q eu queira.
tu devia era mudar a fechadura.
ou, quem sabe, viajar.

São só (in)pressões.

=*²

M. Lourenço disse...

Se é que há quem possa dizer se um verso é bom ou não, a mim agradaram os seus, diretos, constroem toda uma cena, lembrou-me alguma coisa de Drummond, talvez o Caso do Vestido, não sei.